quarta-feira, 20 de novembro de 2013

A MELHOR HORA É AGORA- The best time is now!


Existe hora certa para se meditar? Qual a melhor hora do dia? Posso meditar fazendo qualquer coisa? O que é necessário para entrar nesse estado diferenciado de consciência? Qual a melhor postura? Essas e outras questões serão abordadas ao longo deste pequeno artigo… vem comigo?


Qualquer hora é boa pra meditar, mas a melhor hora é aquela em que você se lembra. Por que não é fácil lembrar-se de meditar. Na verdade, é uma graça quando você se lembra. Pois a meditação é o portal para o divino-sendo considerada o próprio divino. É o contato com o seu céu interior, com o reino de Deus interno. Aquele espaço puro, silencioso e incorruptível dentro de cada um de nós. Por isso que meditação e esforço não combinam. Quanto mais você se esforçar para meditar, menos conseguirá. Não é, pois, questão de fazer, mas de lembrar-se. E é mais fácil lembrar-se no estado de relaxamento do que no estado de tensão, ansiedade ou esforço. 

Você pode meditar a qualquer hora e em qualquer lugar- fazendo qualquer coisa. Todavia, quando estamos envolvidos em alguma atividade é mais difícil de se lembrar. Por isso os momentos de ócio e espera são tão adequados à meditação. Então, aproveite  os momentos ociosos: fila de banco, médico, espera no shopping, viagens, ou logo ao acordar. Não precisa meditar o tempo todo, nem todo o tempo. Não busque isso, não anseie por isso-pois principalmente no começo pode criar desânimo. A hora que você lembrar será o bastante. É nesta hora que você tem que estar completamente atento- tão atento que não haja pensamentos nem de futuro, nem de passado, nem de presente. Mas apenas o silencio observando as impressões do momento.


A melhor hora do dia para meditar é de manhã cedinho quando a mente está serena e o corpo ainda relaxado. Aquele momento depois do acordar e antes de se levantar é bastante adequado. Faça o seguinte: quando acordar não se levante logo ( você pode colocar o despertador para disparar minutos antes da hora normal em que você se levanta). Fique alguns momentos deitado na cama, tranquilo, sem preocupações. Relaxe neste ínterim. Então, antes que as preocupações do dia invadam a sua mente, aproveite para meditar. Basta, para isso, ficar atento, silencioso e quieto- totalmente quieto. Procure ficar numa postura não usual para o inconsciente perceber sua disposição de meditar. Tem que ser uma postura não muito relaxada-para que você não durma. Nem muito tensa que crie ansiedade- o que dificultaria a meditação. Se preferir, você pode cruzar as mãos no peito, cruzar as pernas ou levantar os joelhos. Deite-se de preferência de barriga pra cima. Depois fique totalmente imóvel, com a mente  silenciosa e atenta. Fique neste estado por 5, 10, 15 minutos- e vá aumentando o tempo gradativamente. Se você dormir ou cochilar- não tem problema. Sinal que você relaxou bastante. Mas, tente não dormir, pois meditação é um estado de relaxamento semelhante ao sono, porém acordado.



A meditação matinal é uma das que traz mais benefícios. A mente ainda não está carregada de preocupações e problemas do dia-a-dia. Está naturalmente tranquila e aberta. Os benefícios são muitos: mais disposição, energia, paz e força para enfrentar os desafios do dia. Além disso, meditar pela manhã permite que a mente capte melhor as inspirações vindas do alto. É nessa hora que nos chegam insights importantes : assuntos, frases, idéias, ou a solução para algum problema difícil. Nessas horas, temos a certeza íntima de que não estamos sós no universo, pois nos sentimos mais próximos da divindade. É a hora de tocar na dimensão do mistérioso e do sagrado.

Por fim, é importante criar certos hábitos que possam lembrar-lhe da meditação. Qualquer coisa pode ajudar: participar de grupos de meditação, assistir, escrever, ler , conversar sobre meditação e- é claro- meditar. Tudo isso o ajudará a lembrar-se da meditação, pois sem a lembrança como alguém irá meditar? Meditação é um estado de atenção silenciosa e se a mente não se lembrar, não tem como ela ficar atenta. Assim, toda vez que vier a lembrança da meditação… Medite!

Até a próxima… Namastê!

Alsibar
http://alsibar.blogspot.com

domingo, 3 de novembro de 2013

O ATO VOLUNTÁRIO INICIAL NA MEDITAÇÃO


Respondendo a uma pergunta enviada pelo internauta Mauro Falleiros sobre a necessidade do ato voluntário nos estágios iniciais da meditação, aproveitei pra fazer um pequeno vídeo com a resposta, acompanhado de um artigo sobre o mesmo tema. Fiquem à vontade para questionar, discordar ou comentar. Aqui o espaço é livre pois nada vendemos, nem promovemos. O foco aqui é a viagem interior através da meditação e do autoconhecimento! Boa Viagem!

A meditação tem muitos estágios e fases. Nos estágios iniciais, o “querer” exerce papel crucial. Sem ele, o indivíduo não empreenderia a viagem inicial em direção às profundezas do desconhecido de si mesmo. Sendo assim, o ato voluntário inicial, não só é necessário – como é fundamental. Ao se perceber preso ao tempo , à dor e à degradação psicológica,  a pessoa procura uma forma, um caminho, uma maneira de dar um basta a isso tudo. Sem esta vontade inicial , o indivíduo não buscaria o conhecimento profundo de si mesmo. Esse movimento inicial é o que dá a partida, que faz o sujeito procurar uma maneira mais harmoniosa, mais plena de se viver.  Ora, se não fosse necessário tal movimento e se não precisássemos fazer realmente NADA, então  teríamos um mundo de iluminados e a Terra seria o paraíso , não é verdade?

Apesar de haver apenas dois movimentos: o da busca e o do abandono da busca, pois o resto não é da competência do sujeito- farei uma descrição mais detalhada desses movimentos com fins didáticos.
O primeiro movimento é o da busca, o segundo é o das técnicas e gurus e o terceiro é o do abandono de tudo isso e o quarto movimento? É o do movimento pelo “não-movimento”. Em outras palavras, é quando o movimento do “eu” enquanto “centro” dos desejos, da ânsia, dos pensamentos, do tempo, do vir-a–se etc -cessa completamente. Daí por diante, não há mais a ilusão do “fazedor”e, portanto, nada a ser feito ou realizado, pois tudo passa a ser o que é.

Vou dar o exemplo do balão- penso que é uma boa metáfora: ora, para o balão subir é necessário , inicialmente,  que haja bastante "ar quente" em seu interior. Após a subida, o balão voa por si mesmo, levado pelas correntes do vento. O controlador só precisa “aproveitar” esses ventos da maneira inteligente – mas ele não os comanda. O erro do Ego é achar que ele controla tudo, quando, ele não controla nada. A felicidade e liberdade está em não querer controlar os ventos . Mas deixar-se levar por eles exatamente como no caso do balão.

Vamos pegar outro exemplo: as correntes marítimas. É sabido que peixes, baleias, golfinhos e pinguins aproveitam as correntes marítimas pra viajarem milhares de kilomêtros com o mínimo de esforço possível. Ora, mas eles precisam se dirigir até as correntes e só depois aproveitar o impulso das mesmas.

Guardando as devidas proporções, podemos fazer as seguintes analogias: o primeiro movimento – o do acionamento do gás hélio no balão - equivale ao movimento inicial da meditação  (postura, atenção, lembrança, respiração, observação)  e isso  parte da vontade deliberada do indivíduo . O segundo movimento é quando o balão deixa de estar sob o controle do baloeiro e os ventos “assumem” o comando- seria o estado meditativo. Nesse estado, cessam tanto o controlador, quanto o objeto controlado. Há apenas o movimento do Atemporal, do Indescritível. Ao ego (a pessoa) resta apenas observar e decidir se quer ficar ou não sob a influência deste movimento “desconhecido”. Mas isso não significa- como poderia pensar alguns- um estado mórbido. O movimento do Atemporal é vivo, dinâmico, cheio de nuances , variando de direção, intensidade e profundidade.

Tao- o Desconhecido- é uma força/inteligência além do nosso entendimento. Ele está  sempre em nós- todavia, nós (a consciência individual) é que não estamos nele. Como diz a música do Raul parafraseando as palavras de Krishna no Gita: “mas saiba que estou em você, mas você não está em mim”. E por que não estamos nele? Por que nossa consciência está geralmente voltada para o mundo dos sentidos, das cores e das formas. Ou então está identificada com os pensamentos, futuro , sonhos e desejos- criando, assim o tal do “tempo psicológico”.

Ao voltar a atenção para o espaço infinito que se manifesta antes dos pensamentos, no intervalo entre eles ou no fim deles. Ou ao observar/contemplar o espaço silencioso no qual os pensamentos se movimentam , o sujeito vai se tornando cada vez mais cônscio da necessidade de se voltar para dentro- e isso depende exclusivamente de sua vontade e iniciativa. Essa é a parte que lhe compete. É a única coisa que  pode realmente ser “feita”- pois além disso, nada mais pode ser feito ou dito. Resta apenas uma profunda entrega e tranquilidade. Apesar da mente não conseguir perceber  sua atuação, esse “algo” atua na consciência do indivíduo,  preparando-o para vôos cada vez mais altos e mergulhos cada vez mais profundos.

Então na próxima vez que for “mergulhar no Eterno”, saiba que a iniciativa deve partir de você e somente de você- principalmente nos estágios iniciais da meditação.

Namastê!
Alsibar

Enviem suas perguntas e dúvidas para : alsibar72@gmail.com